A Febre Amarela é uma doença infecciosa grave, causada por vírus que ataca principalmente os rins e o fígado.
A doença é causada por mosquitos tanto nas áreas urbanas, quanto nas áreas silvestres. Em ambiente silvestre (campo e florestas) os vetores são os mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes. Já no ambiente urbano, a transmissão se dá através do Aedes Aegypti (o mesmo que transmite Dengue e Zika). Todos eles pertencentes à mesma família dos Culicidae (mosquitos e pernilongos).
Como acontece a transmissão da doença
A infecção acontece quando uma pessoa, que não tem imunidade contra a febre amarela (nunca teve a doença ou nunca tomou vacina contra ela) circula em áreas florestais e é picada por um mosquito infectado pelo vírus. Ao contrair a doença, a pessoa pode levar a infecção para áreas urbanas ao ser picada pelo Aedes Aegypti, pois o mosquito contrai a doença e espalha ao picar outras pessoas.
Além do homem, os macacos também podem desenvolver a Febre Amarela silvestre. É importante alertar a população que os macacos não transmitem a doença para os humanos, assim como uma pessoa não transmite a doença para outra. A transmissão se dá somente pelo mosquito que além de ser transmissor, é o reservatório do vírus. Pois, uma vez infectado, assim permanece por toda vida.
Os macacos são vítimas assim como nós. Eles tem um papel importante, pois ajudam a identificar as regiões onde estão acontecendo a circulação do vírus, e a partir dos dados coletados, o governo distribui estrategicamente as vacinas no território nacional.
Sintomas
Os primeiros sintomas da doença são: febre alta, calafrios, cansaço, dor de cabeça, dor muscular, náuseas e vômitos por cerca de três dias. A forma mais grave da doença é rara, mas surge após um breve período de bem-estar (até dois dias), quando podem ocorrer insuficiências hepática (fígado) e renal (rins), icterícia (olhos e pele amarelados), hemorragias e cansaço intenso. A maioria dos infectados conseguem resistir a doença, se recuperam bem e se tornam imunes à febre amarela pelo resto da vida.
Prevenção
Em áreas de mata o grande causador do surto da doença é o desequilíbrio ecológico: desmatamento, queimadas, poluição das águas. Que acabam com os predadores naturais do mosquito permitindo o avanço da doença. Por isso, é importante apoiar e cobrar das autoridades a preservação do meio ambiente.
Nas áreas urbanas a doença só é possível através da ação do Aedes Aegypti, a prevenção contra o vírus deve ser feita evitando a disseminação do mosquito:
- Acabando com os seus criadouros (Fontes de água parada).
- Eliminando o mosquito adulto, aplicando inseticida através do “fumacê”. (Que deve ser feito somente pela Prefeitura e órgãos responsáveis; o cidadão e a comunidade pode solicitar o serviço).
- Vacinando-se contra a febre amarela, especialmente para aqueles que moram ou vão viajar para áreas afetadas pelo vírus.
- Usando repelente de insetos, mosquiteiros e roupas que cubram todo o corpo.
Tratamento:
Caso apresente algum sintoma, mantenha-se hidratado e procure ajuda médica. Peça que o médico investigue os sintomas, pois só ele pode diagnosticar e encaminhá-lo ao tratamento adequado com medicamentos; e se preciso internação hospitalar.
Campanha de Vacinação
O Ministério da Saúde disponibiliza gratuitamente a vacina em postos de saúde de todos os municípios do país. Em dose fracionada e dose padrão. Os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia já estão vacinando a população com a dose fracionada para evitar a proliferação da doença.
Quem deve tomar a dose fracionada?
Pessoas a partir de 2 anos de idade, idosos e indígenas. Exceto aquelas que tem alguma restrição médica.
Quem deve tomar a dose padrão?
Pode ser administrada em indivíduos a partir de 9 meses, gestantes, viajantes internacionais e pessoas que estão em condições clínicas especiais (portadores de HIV/Aids, pacientes ao final do tratamento de quimioterapia e aqueles com doenças hematológicas, entre outras) desde que não haja nenhuma restrição médica.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde, a vacina fracionada protege pelo período de 8 anos e a dose padrão pode proteger o indivíduo pela vida inteira. Para as pessoas que já foram vacinadas há mais de 10 anos, basta tomar uma dose de reforço e seguir viagem, não sendo necessário esperar 10 dias para garantir sua proteção.
Em qualquer cidade do Estado de São Paulo.
Você pode consultar um posto de vacinação mais próximo acessando o link da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo e Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE):
http://www.saude.sp.gov.br/resources/cve-centro-de-vigilancia-epidemiologica/unidades-de-referencia/fa/posto_fad1.htm
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) alerta que alguns países estão exigindo que os brasileiros vacinem-se antes de viajar. A dose exigida da vacina neste caso é a padrão. Para receber esta vacina é necessário fazer um cadastro prévio no site da ANVISA: https://viajante.anvisa.gov.br/viajante/ lá você também encontra informações detalhadas sobre os países e exigências da vacina.
Fontes:
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA)
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz)
Ministério da Saúde
Organização Mundial da Saúde (OMS)
Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo
Autora: Izabel Martins